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Superendividamento: você sabe o que é isso?

A situação econômica brasileira dos últimos anos tem favorecido o endividamento das famílias. O aumento real do salário mínimo, 20 anos sem hiperinflação e facilidade de acesso ao crédito com posterior ascensão da classe média foram decisivos para que muitas pessoas começassem a ter dificuldades em controlar o seu orçamento. Especificamente no caso do crédito, atualmente as instituições financeiras bombardeiam o cliente com ofertas de crédito a um toque na tela do caixa eletrônico ou um sim no guichê do caixa e o dinheiro está na mão. O perigo do crédito fácil é a desinformação, visto que na hora de contratar um empréstimo o consumidor não faz pesquisa de cotação entre bancos e não tem grandes conhecimentos de quais produtos de crédito ele tem acesso e qual lhe atende melhor.

O resultado para muitos é o superendividamento: aquele consumidor que gasta tanto que chega ao ponto de não conseguir quitar os seus parcelamentos. O nível de endividamento é elevado, algo como acima de 50% do salário mensal. Trata-se de uma situação muito mais grave do que apenas terminar o salário antes do fim do mês. A pessoa não consegue nem pagar os seus gastos fixos como água, luz, aluguel e condomínio. Mesmo atrasando o pagamento dos gastos fixos, não consegue mais pagar em dia as suas dívidas. O seu nome já está na lista do SPC, Serasa e/ou CCF. Até o seu estado psicológico já está afetado, tamanha a dificuldade em gerenciar as suas dívidas. Um exemplo real de um superendividado em números: 9 dívidas contraídas com parcelas mensais correspondentes a 70% do seu salário. Veja também outros exemplos.

Se você se identifica com esse perfil, enfrente a situação e faça a reestruturação das suas dívidas. Você pode até decretar falência (o termo exato é insolvência civil), porém o melhor a fazer é procurar os seus credores. Faça o rastreamento de todas as suas dívidas, pedindo o saldo devedor de cada uma na instituição financeira onde você contraiu o empréstimo. Ao mesmo tempo, faça um esboço do seu orçamento médio mensal apenas com os seus custos recorrentes (incluindo os variáveis, como almoço e lazer, por exemplo) e veja o quanto consegue arcar de parcelas no mês. É preciso que o somatório das suas despesas mensais e as parcelas nunca ultrapassem suas receitas: essa é a única forma de você acabar com o problema de verdade. Em seguida, vá até eles e renegocie, começando sempre pelas dívidas com juros maiores e ficando sempre atento para o tamanho das parcelas que irá assumir (elas deverão estar dentro do valor que cabe no seu orçamento).

Uma outra opção caso não consiga uma boa renegociação na sua instituição financeira é a portabilidade das suas dívidas: Outro banco pode aceitar refinanciar a sua dívida, o que facilita a reestruturação do seu superendividamento.

Do ponto de vista psicológico, seja paciente. Situações de superendividamento não se resolvem rapidamente. Trata-se de uma situação extrema, porém transitória. Não se intimide com correspondências e ligações ameaçadoras de empresas de cobrança, pois estar na situação de um superendividado não é um crime. Trace um plano estratégico para essa reestruturação (como explicado acima) e mude o seu perfil de gastos. Gaste apenas o essencial para tentar quitar o máximo de dívidas.

Se o seu nome estiver no SPC, Serasa e/ou CCF, novos créditos no mercado serão inviabilizados, exceto em instituições financeiras que concedem empréstimos para negativados. No entanto, esses empréstimos são muito mais caros e devem ser utilizados com muita cautela para não complicar ainda mais a sua situação financeira.

Em casos extremos ou que você acredite ter sido vítima de juros muito acima do mercado ou erros da instituição financeira no contrato de empréstimo, você pode procurar os órgãos de defesa do consumidor ou advogados da área. Eles podem te ajudar dando aconselhamento ou até intermediar a renegociação dos parcelamentos da dívida.

Após o longo período de reestruturação, seja sempre cauteloso antes de contratar uma dívida. Sempre calcule qual a sua capacidade de pagamento, isto é, quanto você pode pagar (considerando todas as suas despesas) sem comprometer mais do que ganha. Avalie também os juros cobrados, o CET e o prazo de pagamento. Não pense que contrair dívidas ao longo da vida é algo equivocado, mas gerencie o seu orçamento de forma a honrar os pagamentos mensais. Conte com a WG para maiores informações e ajuda na sua estratégia de reestruturação de dívidas.

Karina Leal - economista, CPA-20 e pós-graduada em mercado financeiro é planejadora financeira pessoal na WG Finanças Pessoais

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