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Investimentos de Longo Prazo e Planejamento: Saídas para Baixos Rendimentos

No último mês, o desempenho dos ativos em renda fixa surpreendeu a todos com a sua rentabilidade muito abaixo da média histórica dos últimos anos. O rendimento do CDI ficou, pela primeira vez, abaixo de 0,5% ao mês. Como explicado no artigo Rentabilidade Negativa da Renda Fixa: O Que Fazer?, o cenário de investimentos do país tem mudado radicalmente, o que implica na obrigatoriedade da mudança de comportamento dos investidores, caso estes queiram uma rentabilidade melhor.

O brasileiro nunca teve o costume de se planejar financeiramente. A educação financeira nunca foi pauta escolar, e raramente assunto aberto de conversas em família. Em um ambiente de completa instabilidade econômica, o hábito era investir em ativos reais (imóveis, terras, fazendas) e, quando se investia em ativos financeiros, se aproveitava do baixíssimo risco que era oferecido junto com as altas remunerações, o que compensava o cenário de inflação e contas públicas descontroladas.

O consenso até bem pouco tempo atrás era de que o retorno mínimo dos investimentos deveria ficar em torno de 1% ao mês, equivalente a pouco mais de 12% ao ano, o considerado necessário para deixar de consumir e poupar. Mas o que percebemos desde 2007 é que rendimentos mensais acima de 1% com baixo risco tornaram-se raridades. Segundo Valor Econômico, em menos de 15% dos meses desse período, o CDI ou a taxa Selic estiveram acima desse patamar.

Em um Brasil de oscilações de curto prazo mais estáveis, com a inflação mantida relativamente sob controle e o desenvolvimento da economia, está mais difícil conseguir aplicações de baixo risco com rendimento acima da inflação no longo prazo. Para o investidor, não há alternativa se não conviver com essas taxas menores, e aprender a se planejar para conviver com o longo prazo em troca de melhores rendimentos.

Esse planejamento se resume basicamente em estabelecer quais são seus objetivos hoje e poupar. Esses objetivos podem ser simplesmente aumentar a renda mensal, fazer um investimento profissional, comprar um carro, a casa própria ou até mesmo educar os seus filhos. Qualquer que for o seu, você deverá selecionar um investimento que se adeque a ele.

O planejamento de uma viagem ou curso no exterior, por exemplo, irá demandar uma determinada poupança que estará muito mais exposta ao risco do câmbio do que o risco da inflação e, portanto deve ser investida em uma aplicação que corrija o seu valor de acordo com o dólar. Se a sua preocupação é apenas ter uma renda extra, deve-se investir em ações de empresas que pagam bons dividendos, ou fundos de investimentos que investem nesse tipo de papel e lhe garantirão um montante recorrente.

Muitas são as possibilidades e por isso é cada dia mais importante entender as opções disponíveis no mercado e buscar alternativas que irão lhe dar o maior retorno (mesmo que implique num maior risco), de acordo com a sua situação. Pesquise, converse com especialistas, e sempre busque novas oportunidades.

Emanuella Xavier - economista, planejadora financeira e sócia da WG Finanças Pessoais

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